quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Estudo: um alerta para mães e pais durões

Três estudos produzidos na universidade norte-americana de Notre Dame estão servindo de alerta para mães e pais durões, que acham que qualquer afago vai fazer suas crianças ficarem mimadas. Acostumados ao padrão nem-vem-que-não-tem-colo, casais daquele país estão criando uma geração de pequenos mais violentos, mais depressivos e menos felizes, segundo a pesquisadora Darcia Narvaez, ao privá-los do contato físico cuidadoso e afetivo.

A professora trabalhou com dados sobre práticas de casais com crianças na faixa dos 3 anos, mais um estudo longitudinal sobre hábitos de contato físico coletados numa pesquisa nacional sobre prevenção de abuso e, ainda, um estudo que comparou práticas de cuidados de casais norte-americanos e chineses. O trabalho dela sugere que nas eras das comunidades caçadoras-coletoras, quando os pais carregavam os filhos pequenos junto ao seu corpo, as crianças cresciam mental e emocionalmente mais saudáveis.

Suas conclusões reforçam a importância do colo, do abraço, das mãos dadas, da presença na hora do choro, da brincadeira, do convívio e de tudo aquilo que se faz quando não inventam teorias e guias que mandam você deixar a criança chorando sozinha no seu quarto e sempre longe dos seus braços. E essas teorias proliferaram. É comum encontrar quem tema estragar suas crianças ao ficar junto a elas quando choram.

Como é costume dos norte-americanos, as conclusões da doutora Darcia resultaram numa listinha de seis condições - ou dicas - para papais e mamães criarem crianças felizes. É mais do mesmo, só que ao avesso. Nem vale a pena citar as dicas, mas é bom constatar que também estudos variados e recentíssimos reconhecem o papel fundamental da presença e do cuidado dos adultos, em palavras, gestos, toques e escuta aos pequenos.